Comédia onde casal caipira "resolve ser crente" e tenta se livrar de gestos e atitudes que não são comuns aos evangélicos.
Personagens: Seu João
Dona Maria
Menino
Tio Joaquim
Ambrosina
Missionários (1 ou 2)
Entra em cena João, Maria e o Menino, cantando.
Todos: - Quero que valorize o que ocê tem, ocê é... ocê é...
Maria: - A alegria está no coração...
Todos: - De quem já conhece a Jesus...a...a.
Menino: - a... atirei o pau no gato, to, to, mas o gato não morreu!
João dá um pescoção no Menino.
João: - Respeita as muisicas de crente!...Ára.. mais que diacho de músicas difícil de cantar sô!
Maria: - Nois somo crente agora uai! Temo que gosta das muisicas!
Menino: - Ára... mas eu num gosto dessas muisicas não!
João dá um pescoção no Menino.
João: - Cala essa boca fi do cabrungo! Se nois num cantar nois vamo pro inferno!
João e o Menino fazem o sinal da cruz.
Maria: - Oh! Meu Deus do céu! Nois num pode mais fazer o sirnal da cruz! Nois somo crente!
Menino?chorando – Ué! Num pode mais fazer o sirnal da cruz...mas pode me xingar de fi do cabrunga?
Maria: - Cala essa boca moleque mardito e vá se deita! Que já tá tarde pra minino tá acordado até essa hora!
Menino sai de cena.
João: - Agora que nois se convertemo pra igreja nossa vida vai mudar! Num é muié!
As luzes se apagam. Simulando uma falta de luz.
Maria: - Ára... Meu Deus... e agora? A luz foi se embora!
João: - Menino! Oh Menino! Trague já umas velas... pra modeagente alumiar aqui! Ande logo! Que eu já tou perdendo a paciência!
Maria: - João! Não faça isso! Nois num pode mais ascender vela! Vela é coisa de católico, nois somo crente!
João: - Mais que Diabo!
Maria: - Meu Jesus Cristo! João! Bata na boca homi! Nois num pode dizer o nome do tinhoso!
João: - Ave Maria Muié!
Maria: - Não diga Ave Maria João! Que é pecado! Desse jeito nois vamo pro inferno!
João: - Ave Maria! Mais o que eu digo intão diabos!
As luzes se ascendem. Menino entra correndo.
Maria: - Eu num sei!!
Menino: - Mãe! Mãe! A luz vortô!
Maria: - E o que ocê tá fazendo acordado uma hora dessa? Vá já pra cama!
Menino: - Discurpa eu mãe.
O Menino corre para sair de cena e se esbarra com o Tio Joaquim.
Menino: - Boa Noite Tio!
Maria: - Ô seu moleque danado! Tá fazendo o que ainda acordado?
O Menino sai de cena.
Joaquim: - Boas noites sô!
João- Joaquim meu compade! Como tá ocÊ?
Joaquim: - Trouxe aqui uma cachaça daquelas que ocê gosta! Dá boua!
João- Eita! Mas intão senta aí e vamo prozear um pouco! E por falar em cachaça, mas onde é que tá a sua muié Ambrosina?
Joaquim: - Ela tá vindo ai atrás. Tá tão travada que num se segura nas pernas.
Joaquim põe um garrafa na mesa e senta. Entra Ambrosina.
Ambrosina: - Oi compade!! Como tá ocê?
João: - E eu tou bem... mas num sei docê.
Ambrosina: - Lia minha comade!! Como tá ocê? Ocê aceita uma pinga? É da boua! Eita mais que hoje tou tinindo!
Maria: - João!!
João: - Ára muié! Que susto que ocê me deu!
Maria: - Que que ocê tá fazendo homi? Nois somo crente se esqueceu? Num podemo mais beber cachaça mais não! É pecado!
Joaquim: - Mas que diacho que sua muié tá falando João?
João- Ô Joaquim, é mesmo, eu entrei pra igreja. Agente somo crente agora.
Joaquim: - Mais João! Você acreditou na conversa desse povo? Crente é bicho ruim!
João- Não Homi! Você num sabe? O pastor disse que Deus vai mudar nossa vida. Se nois se convertesse, nosso dinheiro num ia acabar, nois num íamos mais adoecer, é coisa boa por demais!
Joaquim: - Mais oia! Eu num sabia disso não. Mais intão até eu vou virá crente sô! Esses crente deve de ser feliz por demais! O que que ocê acha minha veia Ambrosina?
Ambrosina- Oia Quinca... quer saber o que eu acho??...eles deve de tar tudo bebo..é..porque entrar pra lei de crente é coisa de doido!
Maria: - Mais João! O que que ocê tá dizendo pro compadre Joaquim? Ocê num ouvio o pastor falar? Deus num vai dar dinheiro pra nois não!
João: - A não?
Maria: - Não! É nois que temo que levar dinheiro pra igreja todo mês. É o dirzimo!
Ambrosina- Ára... mais e eu num disse pro cê Joaquim?... eles tão chei do mer..hehehehe...”ôqui!” que eu vô dar dinheiro pra crente!...deixar de comprar minha pinga?.. nem morta de cachaça!
Joaquim: - Sabe de uma? Dispois que vocês se converteram ceis tão tudo istranho. Lá ele! Que eu num quero ficar assim! Eu vou me embora que eu ganho mais. Tchau pro ceis.
João: - Inté compade.
Joaquim e Ambrosina saem de cena
João: - Ô muié, nois temo que chamar o missionário pra vir ensinar nois a ser crente. Porque a coisa tah feia.
Maria: - É mesmo João. Tá muito difícil. Amanhã eu dou um jeito de passar lá na igreja e falar com o missionário pra dar umas aulas pra nois.
João: - Intão vamo dormi...que me bateu um sono daqueles agora!
Todos saem
Entra em cena o Menino brincando
Logo depois entra 2 missionários
Missionário1 - Bom dia!
Menino: - dia!
Missionário2– Oi Menino! Como você se chama?
Menino: - Eu num me chamo não moça. É o povo que me chama.
Missionário2 – Intão como é que o povo lhe chama?
Menino: - Ah! Tem vez que o povo me chama: Ô menino! Ô moleque! Ô fi de um cabrunga! É assim.... só meu padim que as vez me chama de Francenildo...mas faz tempo que eu num vejo ele.
Missionário1 – Misericórdia Menino! Agente quer saber qual o seu nome!
Menino: - Meu nome é Menino mesmo ué.
Missionário2 – Tá bom, Tá bom. Agora vá e chame lá sua família. Diga que os missionários vieram dar o discipulado!
Menino: - Mas onde é que tá esses missionários? E que diacho que é esse tarl de discipulado uai?
Missionário1 – Somos nós! Nós somos os missionários! E discipulado é o alimento é o alimento espiritual.
Menino: - Ah sim! Intendi! Mãe! Pai! Vem já aqui fora que os missionários vieram trazer comida!!
Entra em cena o João, Maria, Joaquim e Ambrosina trazendo um monte de panelas.
Ambrosina – Oia... já truxe aqui as panela... pode encher!
Missionário2: - Vocês não entenderam. Nós somos missionários da igreja. Viemos trazer o alimento espiritual. A palavra de Deus.
João – Ára... mas que diacho de comida eh essa sô?
Maria: - Não João! Eles são da igreja! Vieram ensinar nois!
Joaquim – Ára... pensei que era comida. Tava com uma fome aretada! Vamo simbora minha veia!
Joaquim e Ambrosina caminham para sair, mas um dos missionários o chama
Missionário1: - Espere moço! Venha ouvir a palavra de Deus! Você também precisa aprender!
Joaquim – FazÊ o que neh. O que é que nois tem que aprender?
Menino: - Eu num quero aprender nada não mãe!
João dá um pescoção no Menino.
João – Se aquiete Menino! E vá já buscar umas cadeiras pra nois senta! Que eu quero ouvir o que eles tem pra dizer.
Menino traz algumas cadeiras e todos sentam
Os missionários esclarecem todas as dúvidas dos caipiras
E todos viveram felizes.
FIM
As Peças de Teatro Mais Famosas do Mundo Intelectual
O mundo é um local grande para definir quais são as peças mais famosas do mundo. Uma peça popular na China pode não ter o mesmo sucesso no mundo ocidental e ao mesmo tempo estar na liderança mundial se considerados os números de bilhetes comprados para assistir a peça. Por este motivo a lista não está organizada em posição de fama.
“Sonho de Uma Noite de Verão” – William Shakespeare
Essa lista não estaria completa sem pelo menos uma peça de Shakespeare. Claro, Hamlet é mais profundo, ao passo que Macbeth é intenso. No entanto, entre os especialistas a respectiva peça está considerada com alta importância. Alguém pode pensar que as palavras de Shakespeare são desafiadoras para recém-chegado teatral. No entanto, este jogo de fantasia com temas de fadas e amantes transmite enredo divertido e fácil de entender. Os cenários e figurinos tendem a ser imaginativos nas produções do bardo.
“The Miracle Worker” – William Gibson
Outros dramaturgos podem ter criado material com maior estímulo intelectual do que o jogo biográfico William Gibson. No entanto, poucas peças contêm tal intensidade, crua e sincera, transferida em âmbito popular.
Com o elenco certo, os dois papéis principais geram desempenhos inspiradores, como quando a menina luta para permanecer na escuridão silenciosa e um professor amoroso mostra a ela o significado da linguagem e do amor. Como um testamento ao poder verdadeiro da peça, The Miracle Worker é realizada em todos os verões em Ivy Green, o local de nascimento de Hellen Keller.
“Morte de um Caixeiro Viajante” – Arthur Miller
Para alguns, este jogo é um pouco exagerado e desajeitado. Alguns críticos apontam que as mensagens entregues no ato final da peça foram óbvias demais. Ainda assim, a peça de Arthur Miller representa complemento vital para o teatro americano, digno de ver apenas o desempenho gratificante do ator na história do palco: Willy Loman.
Como protagonista condenado à peça, Loman é patético, mas cativante. Como audiência não se pode olhar para longe a alma, lutando de forma desesperada. E não podemos deixar de imaginar como ele é semelhante a nós mesmos.
“A Importância de Ser Earnest” – Oscar Wilde
Um contraste com o peso do drama moderno, este jogo genial de Oscar Wilde vem encantando o público há séculos. Dramaturgos como George Bernard Shaw sentiram que o trabalho de Wilde exibiu gênio literário, mas não tinha valor social. No entanto, levando em conta a sátira valores, “A Importância de Ser Earnest” consiste na farsa deliciosa que ridiculariza a sociedade vitoriana da Inglaterra e toda a classe alta.
”Antígona” – Sófocles
Sim, quem aprecia a arte do teatro deve assistir pelo menos uma tragédia grega antes de morrer. Antígona, por outro lado, tem relação com as próprias escolhas e consequências e não tanto sobre a ira de poderes mitológicos. Além disso, ao contrário de muitas peças gregas, a figura central é uma mulher poderosa e desafiadora.
Cronologicamente representa a terceira dos três jogos de Tebas, mas foi escrito em primeiro lugar. Creonte, o novo governante da região depois da guerra civil, decidiu que Etéocles seria honrado e Polinices encaminhado para vergonha pública. O corpo do irmão rebelde não será santificado por ritos sagrados e jaz em insepultos no campo de batalha presa para o consumo de animais de carniça com vermes e abutres, a dura punição na época.
Na abertura da peça, a Antígona traz a irmã Ismênia para fora dos portões do palácio, tarde da noite, para uma reunião secreta. Ele quer enterrar o corpo de Polinices, desafiando o decreto de Creonte.
Ismênia se recusa a ajudar, temendo a pena de morte, fazendo com que Antígona a deserdasse. Creonte entra, juntamente com o Coro dos Anciãos de Tebas. Ele busca o seu apoio nos dias por vir e em particular os quer para fazer o edital sobre a eliminação do corpo de Polinices.
Hemon, filho de Creonte, jura lealdade a seu pai, mesmo sendo noivo de Antígona. Inicialmente. Ele parece disposto a abandonar a noiva. Creonte decide poupar Ismênia. Antígona é enterrada viva em uma caverna. Levada para fora da casa ela lamenta a sorte e defende as ações. Levada ao túmulo vivo com o Coro expressando grande tristeza para o que vai acontecer com ela.
Tirésias, o profeta cego, entra. Ele adverte Creonte que Polinices deve agora ser urgentemente enterrado porque os deuses estão descontentes, recusando-se a aceitar quaisquer sacrifícios ou orações de Tebas. Creonte acusa Tirésias de ser corrupto.
O Coro, apavorado, pede a Creonte para tomar o seu conselho. Ele consente, e diz que deveria libertar Antígona e sepultar Polinices. Creonte, abalado, concorda. O Coro oferece uma ode coral ao deus Dionísio (deus do vinho e do teatro) e depois um mensageiro entra para dizer que Hemon se matou.
“Fences” – August Wilson
A obra explora a experiência africano-americana com foco em uma década diferente, desde o virar do século, a década de 1990. Revela os conflitos entre um pai trabalhador teimoso e seu filho talentoso ainda rebelde. Ao assistir cinco minutos irá abrir o apetite da atenção à plateia para o resto do ciclo de August Wilson.
“The Good Doctor” Neil Simon
Considerando todas as peças filosóficas profundas esta pode ser uma escolha que lidera o ranking da lista intelectual. Afinal, este é Neil Simon, um dos maiores contadores de histórias da Rússia e dramaturgos do mundo. A peça pode ser considerada como cartilha deliciosa para trabalhos mais sofisticados de Chekhov. Simon entrelaça mais de uma dúzia de contos.
Se você gostar de The Good Doctor, então também pode desfrutar de peças complexas e agridoces de Tchekhov: O Jardim das Cerejeiras e A gaivota.
Waiting for Godot: Samuel Beckett
Elogiada por críticos e estudiosos, a tragicomédia pode deixar plateia coçando a cabeça em confusão. Mas isso é exatamente o ponto! Algumas peças são destinadas em serem desconcertantes. Este conto sem sentido é algo que cada frequentador de teatro deve experimentar pelo menos uma vez.
Não há praticamente nenhuma trama (com a exceção de dois homens esperando por uma pessoa que nunca chega). O diálogo é vago. Os personagens são pouco desenvolvidos. No entanto, um diretor talentoso pode levar este show escasso e encher o palco com bobagens ou simbolismo de caos. A emoção representa principal matéria prima da obra.